A metadona é um agonista dos receptores opióides µ. Existem vários subtipos de receptores opióides tal como a tabela abaixo representa, fundamentalmente no Sistema Nervoso Central, sendo os seus agonistas endógenos as dinorfinas, as encefalinas, endorfinas, as endomorfinas e a nociceptina. Estão envolvidos na regulação de alguns processos fisiológicos, dos quais se destaca a sensação de dor, tal como se pode constatar na referida tabela. Os efeitos decorrentes da utilização da metadona estão discriminados a negrito com tonalidade roxa, saliente-se a depressão respiratória como a principal causa de morte associada a overdose com o composto.
Adaptado de Fine, Perry G.; Russell K. Portenoy (2004). "Chapter 2: The Endogenous Opioid System". A Clinical Guide to Opioid Analgesia. McGraw Hill. http://www.stoppain.org/pcd/_pdf/OpioidChapter2.pdf.
No entanto, a metadona é também um antagonista do receptor NMDA do glutamato, um neurotransmissor excitatório do Sistema Nervoso Central. O bloqueio deste receptor pela metadona foi proposto como uma das possíveis razões para a metadona diminuir a tolerância e desejo por opiáceos. É também uma das razões pela qual a metadona tem uma distinta eficácia no tratamento da dor neuropática.
Receptor NMDA do glutamato
A metadona é administrada sob a forma de mistura racémica, e a esteroselectividade é mínima, no entanto, o enantiómero R é ligeiramente mais selectivo para o receptor NMDA do glutamato, enquanto o S apresenta maior afinidade para o receptor opióide µ.
Bibliografia:
- Bobula, B.; Hess, G.; Effects of morphine and methadone treatments on glutamatergic transmission in rat frontal córtex; Pharmacological Reports, no 61 pp 1192-1197, 2009
- Patrick, G.L., 2005. In: An Introduction to Medicinal Chemistry 3rd ed. Oxford Press, pp. 581–583
- www.rxlist.com/dolophine-drug.htm, consulta dia 08/05/2010